Sim! Vivemos mais.
Sim! Nós sabemos através da ciência que muitos benefícios para a saúde física e mental podem ser obtidos (de crianças a adultos mais velhos) com a atividade física. Apesar de todos os dados, as pesquisas internacionais dão-nos evidências, que existe um declínio na percentagem de adultos que cumprem as orientações para a prática de exercício, especialmente com o avançar da idade (French et al, 2014).
Precisamos de envolver os seniores em atividades físicas, a fim de prevenir ou retardar a deficiência motora e o declínio neurocognitivo. Em idosos, a mobilidade reduzida é comum e é um fator de risco independente para morbilidade, hospitalização, incapacidade e mortalidade. O declínio neurocognitivo, incluindo a doença de Alzheimer e outras formas de demência, é considerada a doença de crescimento mais rápido do mundo (Associação de Alzheimer, 2011 em Sherlock, Hornsby & Rye, 2013) e seguramente será exponencial no período Covid e pós- covid.
Mas como os envolvemos? Quais são os motivos de envolvimento e manutenção de atividades físicas para os idosos? Quais os fatores e barreiras?
Um grande número de pesquisas está a ser realizada e informações importantes estão a ser compartilhadas.
Temos indicações de que muitas técnicas de intervenção de autorregulação comummente usadas e eficazes para outras populações não são adequadas ou eficazes para idosos. French et al (2014) referem que existe uma forte associação entre a autoeficácia (a crença na capacidade de organizar e executar as ações necessárias para produzir determinado resultado) e o comportamento para a atividade física em adultos mais velhos do que em adultos jovens. A autoeficácia é um dos preditores mais consistentes de atividade física em adultos.
Park, Elavsky & Koo (2014) indicam que os esforços de promoção da atividade física entre adultos mais velhos coreanos devem concentrar-se em aumentar a autoeficácia, o apoio social e as habilidades de autorregulação.
Num estudo realizado no Brasil com 62 idosos praticantes de atividades aquáticas, os motivos indicados para a envolvência no programa de hidroginástica foram principalmente a busca por “qualidade de vida e saúde” e “indicação médica”, seguida da “indicação geral”. Lopes et al (2014) constataram que os motivos para permanecer no programa mudaram com o passar do tempo. No início eram “saúde”, “atividade física” e “qualidade do atendimento”, tendo passado para um notável aumento na “qualidade de vida”. Numa amostra de 263 idosos (Portugal e Brasil), foram encontrados os mesmos motivos de adesão à atividade física: prescrição médica, recuperação de lesões, forma de passatempo e motivos estéticos (Cavalli et al, 2014).
Ao saber qual é o “motor” que os impulsiona à prática de atividade física, temos a possibilidade de marcar a diferença no seu envelhecimento com sucesso, construindo programas / aulas que se adaptam às suas necessidades. Para isso temos que ser capazes de reconhecer as características fisiológicas, anatómicas, psicológicas e emocionais a fim de oferecer possibilidades de maximizar as respostas.
Idealmente, a prescrição de exercícios para adultos mais velhos deve incluir exercícios aeróbios, exercícios de fortalecimento muscular, exercícios de flexibilidade e multisenssoriais. Além disso, indivíduos com risco de queda ou dificuldade de locomoção também devem realizar exercícios específicos para melhorar o equilíbrio, além dos demais componentes da aptidão física relacionada com a saúde (ACSM).
A construção de uma tabela em que equacione e responda a 3 questões básicas – O que têm? O que precisam? Qual é a acção? – é de extrema utilidade, pois de forma assertiva e eficaz, cada sessão/aula terá um foco específico, ajustado às metas que foram definidas, visando resultados particulares e claro, usando a diversão como camuflagem perfeita,

E se a água for o local eleito para a atividade física, temos vários benefícios acrescidos, “As propriedades físicas da água podem fornecer mais oportunidades de adaptação cognitiva, tanto por meio da utilização das adaptações fisiológicas (estimulação somática e circulação aprimorada), bem como pelas qualidades ambientais (suporte, resistência e conforto) que o ambiente aquático possui” (Sherlock, Hornsby & Rye, 2013).